quinta-feira, 20 de novembro de 2014


Poética pitagórica

e quando vieram os numeros irracionais
os babilônicos admitiram a deformação do espaço
os simbolistas rejeitaram o quadrado pela profundidade
arquimedes em 3, 14, previu o raio que corta as indeterminações

O positivismo em sua extrema deselegância
rejeitou as formas inexatas de concepção.
contradição, octógonos , 0 , cruz e souza e o suidicio.
a poesia da pirâmide é uma sintese , entre o absoluto e extensão.

O sol no oriente
engano o equador
não há forma entre beleza e apropriação
a soma por todos os lados
sem ferrugem
inidica o ponto médio
da incerteza sobre a vastidão
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terça-feira, 18 de novembro de 2014


Seremos pra sempre
esse carregar mais pesado que a gente

e cai amor no chão : a gente tem que pegar
e tem vendaval no amor : a gente tenta levar
e quando o amor some ? a gente morre encontrar
na gente ,o que pode ser diferente , quando vida me dá
eu to sempre mudando , e nunca deu pra sambar
e se gritam meu nome  , viver não é pra ficar
eternamente sendo fulano que não parou pra cantar

eu puxo horizonte
que a lua vem cá
do jeito que deu
o meu orixá

prepare teu fronte
e todos os homens
pois um novo começo
A de se rebelar

Nunca houve silencio
em todos os sussurros
o seu segredo
ja foi vivido por um deus


Ninguém há de colher as tuas migalhas pelo chão
essa minha querida  é a tragédia do pão
O amor precisa ser vivido
pagar o preço  da invenção

tu pensas que é castigo
ter mais da dor do que é preciso
e da inveja um sermão
nem amor de amigo ou irmão
é contrato , perigo , paixão

tudo gira
tudo contra
e a montanha nao sai do lugar
não bate vento em novas estradas
mas as novas caçadas me deixo levar

aproximo da natureza meu olhos
disfarço o alcance que a verdade condena
pois no final tudo sempre remonta
o próximo verso falará de problema
pelos próximos anos
por todos os anos
você vai falar
que foram seus orixás
que sopraram teus cantos
montaram os amores
e fuderam meus planos

Assim eu não posso
não pude evitar
eu guardei nos amores
o meu bonito lugar
ta bem no meu canto
no canto cigano
quando bate o tamanho
de quem me levar

o descanso


Está definido , está consagrado
e mesmo um milagre tão lindo
poderá ser evitado
Não ter dor ou mal no destino
que você traçou por ter amado

Não é azar , doutor , é sofrimento
o chão do meu dia não leva meu sonho
não assenta nada , coisa que não se sustenta
Minha prova: Saudade aqui dentro
de terra
de cartas
palavras de todos os jeitos
em tudo que façamos da sorte
o norte do meu novo sujeito

Está consagrado
Será horrível crime
você não amar
antes das cicatrizes

Se voce vai sofrer
Não recuse sua pena
pois a vida é escolher
qual vai ser seu dilema
o teu bem que me quer
quem te dá é a vereda
ou a gente encontrou o amor na vida
e vira tudo criança pequena
que ainda espera a lua cheia
e nunca mais sozinha
como esses dias
que tu me não  anseias

coração é o fim do mundo
terra distante quando me diz
que tudo voltará a ser
o amor de volta pra mim
rabiscar tanto um corpo
de sorriso que diz ao fogo
-vamos fugir tudo de novo
Antes que o rei do trono
me chama de povo
e me prenda no final feliz

Eu quero teu choro
de menina que não se ajeita
em paixão que nasce sem beijo
e dorme cada dia mais pouco
do nosso lado , poucos olhos
da pele a clamar pelo louco
o resto da vida que provo

O coração é masmorra
e todos os versos  rebelam
todo amor  vem eterno
se não , não gruda na boca
e se não me  tocar
Não lembre
que o meu próximo amor
vai ter que dançar
ouvindo as sirenes
e os destroços da vida perene

-alerta , alerta

O amor se expandiu
a vida agora  me prende
coração virou seu refém
de tudo que ainda se sente

preciso do beijo a soltar
a palavra com amor de plantar
saudade criou bem de frente
o "Agora não posso voltar"

que meu coração te aguente
do fogo que já nos pertence
e assim descansar
em teu sorriso
que ainda não me disse eu te amo


Não chores poeta
por toda amor de sua amada
Ninguém sabe se é verdadeiro o amor
cabendo exatamente na medida certa
do que é nunca foi inteiro
ou  de quem a poesia detesta

Ah meu amigo , assim é festa
fica longa sem volta pra casa e segurança
e ainda nos pedem samba , sorriso e uma grana
Sem ao menos pagar o minimo da promessa

assim é o acordo
sem rima e sonso
a poesia vaza
será destreza
de um vivopata?
que só deseja saber
e não bobo
e sai de sua farsa
assume o garoto
e brinca
e faz da poesia
a vida que  persiste na palavra

Não cante antes da hora meu amigo tristão
há duas coisas que sempre perdem a passada
um samba de mera ocasião
Amor com hora marcada .

Não chores poeta e amigo
quando tu morreres lembre -se
de quem de fardo viveu
é morto vivo e nunca se leu



Deixe pensar que é melhor assim
sem me decidir , ter que lembrar
deixar o sonho aos serafins
e eu viver por caminhar

nesse chão sem fim
que deságua pelo mar
o que sempre há de vir
Me trouxeram para cá
um amor para dormir
uma vida pra levar
Mais um céu a colorir
ter um samba pra cantar

pobre de mim
só queria brincar
Com a cara lavada
a menina danada
nos olhos de sua atriz
deixa a peça do lado
o sonho acordado
me amasse quem te faz feliz

Deixe pensar que teremos tudo
e o que não fica, não lembra nem significa
não te muralha em esperança alguma
até mesmo em momentos tristes

pois o tempo não existe
em sua carne,  plena estrutura
fui eu que participei de sua vida
e não esse mistério que se aprofunda

que chega
e leva
( ou tenta levar )

o motivo real para viver
amores, que nunca esquecermos

domingo, 16 de novembro de 2014



Que ballet mais desastrado!
Veja só a bailarina como tosse.
A musica tá ruim
fecha cortina!Que cadeira apertada !

olha esse palco
Não vejo nada diferente desde o mês passado.
o cara não levanta a bailarina , não faz nada
fica aquela melodia aguada encharcando a platéia

Esperava ao menos nostalgia pelas falhas
um critério por idéias, um dizer porque choravas
Que justificasse um show tão necessário
Sinceras dores em temer o que escapavas

Conhecer-te ao bailar
Não garante leveza o movimento
insiste na beleza em detrimento
Em passos certeiros do mesmo lugar

Se eu não lhe conhecesse em camarim
diria que o jasmim é cheiro demais
Pra quem faz sempre do fim
Eterno roteiro em cartaz

Quem sabe o Ballet dê passos atrás
Suspire magia tão plena e cetim
Aplausos convencidos em beber dessa paz
E ser novamente roubado pela atriz


minha casa se perdeu no meio daquela rua
eu sempre voltava ás 4 da manha

hoje tem uma bandeira do brasil em uma janela cheia de adesivos
lembranças ......
lembranças .........vastas,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,, lembranças
talvez vivemos simplesmente para lembrar
Maldito não é o tempo , a rua não passa
e  dobra sempre aquela esquina

devo não ir embora
pra onde vou também haverá ruas escuras

não quero que cuidem de mim
preciso de uma bela dose de conhaque
e sorte
por lembrar pouco do que posso

Grandes estradas verticais
prédios que trabalho
carros parados
documentos atrasados
a rua é maior do que o mundo
céu  nem olho mais
eu vejo o carro
os carros
os plurais exorbitantes consumistas

sentido ?
ter
seria péssimo e démodé qualquer vestígio
não posso fracassar
é preciso estar sorrindo
um pau gostoso?
uma buceta molhadinha no cardápio?

precisamos ser iguais
se não o seu cartão não vai passar na maquina
débito ?
ou
crédito?
débil?
mental?
, jornal , mistério
rima com o esperto
falta ar
no oxigênio prévio
da bomba que não pode explodir por se dizer  etéreo
qualquer decadência dos homens sociais

Maldito irracionais !!

e as musicas equilibradas
disfarçadas
branquelas
atemporais

meu deus !
eu sou conservador
ajudai me senhor
eu sou conservador

e quero é morrer
com deus !!!!!


geometria
 
no canto do quadrado está o individuo
e todos os lados iguais
em qualquer espaço do circulo
a distancia entre o finito e o outro

o positivismo venceu a pirâmide
prédios crescem em quadrados exprimidos
ninguém cabe exatamente no dia seguinte
porque há de se ter forma , sem solução ?

adequação é regulamentar o divisível
tudo é divisível
as paralelas tendem ao infinito
a energia é um momento de transformação
o ser é  pedacinho de mundo a tropeçar em pedacinhos
porque tantos quadrados ?
lembra que a teoria da inercia prevê que tudo é constantemente
em movimento

já pensou se houvesse mais insegurança?
cada lado diferente
curvas
diferença entre os pacotes de arroz independente do preço.

Mas eu acredito nas pedras
nas nuvens
nas arvores
todas semelhantes
completamente diferentes
e nunca quiseram uma vaguinha no governo

parece até que o coração bate sempre do mesmo jeito


cadê a bailarina ?
onde está você que dança
juntinho, se assanha
cade você bailarina?
deixou o batom na tua bolsa
esqueceu meu beijo na boca
não chama o viver de tua louca
nem um verso seu pra deixar????

Não me diga você bailarina
que tocava em Elis
olhava com giz
de criança acordar
Não me diga
que vai se cansar

logo eu
que achava que o amor existia
porque amizade era insuficiente
amei amigos
e tudo com o mesmo sabor do amor
do amor mesmo
e amar sem ter devia  

vi os sapatos
e os buracos que a prefeitura não conserta
e a bailarina
é mais mágica do que seu tamanho
é mais impune do que um verso estranho
 
mas que rime  com amo


Um poema conciso
pois minha juventude é de cima do muro
e as revistas já assumiram suas posições politicas
homens de terno fazem jus a sua gravata
governadores articulam a cidade pelo mundo
parada , engarrafada , cínica , física , mudo
todos os homens almoçando na churrascaria
da realidade implícita, quanto ao crakudo
produto ético carimbado na ferrugem
Onde morre uma criança
Não se confia no futuro
Nem nos motoristas de ônibus
Nas agencias reguladoras
Em preces que deveriam virar reclamações publicas
No Sus
no Pus
Jesus!
há tantos motivos espalhados rotineiramente
diferenças astronômicas e endêmicas
sufixando o mundo em mente
e placas
que não dizem nada

e tu
a sós
com tu
o que tem a dizer ?
nada?

a cidade morre
quando grita ou goza
fala
canta
assim é o seu percurso
e no meio inverto
o som
do meu rejeito
A cidade insisti

E eu grito:
-Açucena! Açucena ! Açucena!

a cidade tranca Raimundo
me esteriliza
em oração
me fumo

barulho
de carro
de garfo
de perna
que corre
congela
acena
acorda

Açucena!

implora
serena
espera
que morde
que versa
que fardo
te trago
farelo
não tudo

antes que fujo  
A cidade deu a volta no poema
há tempo de chamar-te Açucena


Quando minha mão reage ao toque da pele
o mundo começa novamente
Penso que você pode trazer a chance de segredos prováveis
beijo de manha
e sorvete na geladeira.

angustias e conversas , planos , desencontros
chances e outros sinônimos
tudo rima com a gente
tango , branco, danço na tua pele loucamente.

até você me perguntar
-você vem me dar beijo ?
-vou dar nove.
- porque nove ?
-um por cada dia da semana
e mais dois pra você ter certeza
um como prova
outro como sobremesa


e quando eu acordei no sonho
todas as horas vagas tinham dominados os ponteiros
Não havia curva suficiente  pra que horizonte nenhum contestasse
Só a calçada do outro lado da rua

A vida exigia que avenida me atravessasse
e deixasse de lado meu paradeiro sob pena de prisão
Sai correndo com o passado nas pernas
olhos contra o vento
o chão me aconselhava aceitar
uma pergunta sem privilégio
um sapato que leva a pedra e um homem
me empurram vidas a frente
pra que nada se entornasse
conservar todas as gotas como chuva
entre a tempestade e a solidão

Não tinha muita gente por onde passava
Não havia semelhança
Não havia tantos presentes quando desejara
só aquela caixinha de música

quer ouvir ?
vem dançar ?
percebi que só o tempo é inimigos dos homens
o resto ainda podemos colorir
disfarçar
perdemos a capacidade de compactuar com a mentira


A princesa se enganou
Arriscou a graça e sua sapatilha
na dança pra encontrar a sua rima
não dançou , não chorava , não sorria

a princesa esbarrou
com a sorte quando a noite se perdia
e no meio do amor com a ousadia
não parou , só se dava , se rendia

o príncipe logo apaixonou
só cantava , se amava , se vivia
Mas como o mundo não dava em nada
decidiram, se amaram, sem saída

e fugiram sem levar o troco
com amor nas costas e no bolso
o mundo não dava em nada
eu prefiro fazer tudo do meu tijolo
 
eu prefiro amar a tardinha
ter a vida que o sonho imagina
antes que qualquer tipo de maldade
se sinta mal com nós dois

é preciso afirmar ser feliz
nos olhos de quem te ama
para que o amor se acalme no peito
e o sonho do menino durma direito
somente a paz de ti derrama
Todo meu oceano inteiro

e se faz terra
aqui dentro
por toda extensão de liberdade


voce é inteiro
o mundo é o resto
de tudo que há no mundo inteiro
independente se presta , se está certo;

voce quer o gosto do seu proprio beijo?
Gostaria do exesso de voce em todo torneio?
sempre depende da situação em ser ultimo ou primeiro.  

chega !
As pessoas não escolhem se são objetos ou sujeitos


Há uma pausa entre o silêncio
e sempre haverá

A voz precisou cantar eu te amo

te odeio

volta

porque nem todo preço se cobra
e anseio
agora
o beijo, pra dar sentido  moral a história


é de malgrado que se faz parecer
os dias e noites em ventos claros
do trovão raia o dia por viver
desaguar mundo em olhos calmos

e de esperança se bebe e abençoa
A quem te deita eterna a cama
teu aconchego é sempre jeito bom
de levantar a vida em sua eterna derrama

e dos caminhos que ainda não vive
só me aflige que um dia não terei
que acertei em tudo nessa vida
amar todo destino que tracei

e só assim eu serei livre
para abrir o vento que soltava de mim
dormir na arvore como o sonho mandou
e não ser mais entristecido pelo o próximo fim


o silêncio é indeciso
da vida que solta
tudo é sempre caminho
tudo é vivo a sua volta

que não deve passar
que só sabe seguir
tudo é sempre uma volta
em falar dos jardins

não estamos cansado
andando e pedindo teu pedaço de pão
só estamos procurando até hoje
repetir cantar o mesmo refrão

mas você dança pra cá
e mundo virá baião
você pensa em dançar junto
e alguém acorda a canção
você tenta conquistar mais um espaço
mas são eles que acatam a direção
em tudo ,  no surdo , no reto da noite
onde nem céu e inferno são burros
são apenas descuidados
altamente difusos e reativos
pingentes e outros sagrados
são companheiros e motivos
e compartilho
com o mundo atolado
previamente estabelecido
que tudo que padecem
que estamos presentes

tudo é vivo em tudo a volta
e tudo que é objeto pode ser sujeito
tudo que é sujeito quer um beijo e um emprego
tudo é vivo em tua volta, porque o dia é começo
de tudo que fiz há tempos , o mundo preparou
o mundo esquematizou minhas fraudes
minhas chagas , meus vexames , me orou
tantas histórias que me fizeram morrer
tanto por amor ,outros sem vontade
outras por me empurraram a saudade e meu perder
e assim me confundir e trabalhar, e há de vir

que esse mundo não dá fora
não há canto e nem gorjeta
já vendi minha esperança
em troca de algum futuro

que esse mundo não desce não bebe nem sabe
que bem no fim de tudo
era tudo verdade


De poeta  para poeta
francamente meu amigo
você teu razão!
você pede mais trago
você odeia a solidão

um brinde
você gosta de brindar
voce quer fazer um samba
ser um homem popular

com uma história brilhante
tendo mágoa pra chorar
e vai descendo mais um copo
e vai subindo até chegar

em toda sua conclusão
que a vida deveria
mas não se deve duvidar

que ela não era sua menina
e que ninguém estava lá
e que não era dia de pão
e toda sorte, se afastar

e mais um brinde, mais um brinde
eu não quero ouvir
se há mil canhões para me cuspir
A me derrotar
A me proibidor
todas as saídas
para desmentir

quem lhe ajudará
a todo mal fugir
será mais um samba
pra você cair

tente acompanhar o que há de viver
o amanha será
o que você me fez

e você vai cantar
e vai se redimir
que a vida vai ficar
e voce pode vir
mas nunca vai passar
o que sobrar de mim
por isso temos amor
e o que a gente nunca quis


Teve um dia que eu perdi a chave de casa
e não tinha como  sair, estava trancado
fiquei puto !
eu tava atrasado
tinha um passarinho na gaiola
tinha um passarinho na janela
sabe quem era o idiota ?
quem era livre de problema ?

aprendi que a janela tem uma grade
liberdade é viver sem ter pavor
eu perdi a chave de casa
e perdi o encontro do meu amor

Passarinho tem o ninho e suas asas
para vim o que a vida lhe propor
eu tenho um monte de tarefa chatas
pra ter no fim , o que vento me levou

fiquei endividado , passarinho se casou
fiquei mais estudado, passarinho me lembrou
fiquei enclausurado , passarinho me zuou

-Agnaldo , Agnaldo,
Não é melhor você parar com a poesia e procurar a chave de casa



Eu já não vou ficar
em tudo se escondeu
se o amor é pra encontrar
o que me prometeu

Esse teu sentimento não tem mais solução
pois se não há começo , em dia de paixão
ninguém vai suspirar e nem sofrer assim
em tudo surge o fogo sem medo de sorrir

e não se abrirá sem noite solução
pois se é sempre o fim
me espera a solidão

em todas as noites
de todas as meninas
não adiantarás fugir
em ilhas escondidas

em que navegar já é cansado
de ser do mesmo tamanho




Dias de perto dormem nessa morada
o que é de certo , pertence a estrada
até que a lua pesada de inverno
desistiu de ser tão lembrada
e o universo
e todas as rimas
tornaram -se estáticas
dentro do verbo eu te amo
e como esta não tem rima
alargou seu tamanho
de frente pra esquina
de tudo que não escutamos

Não há coração que resista
Um fogo que afunda oceano
Vento falhar melodia
paixão que desanda no canto
de quem não tiver alegria

Escorre dos olhos o manto
de quem cobriu sua partida
Nada a ser dito pro santo
Palavra que morde a ferida

e sangra
Como todo menino brincando
quando olha pro céu e só vê
o sol embaixo dos panos




Não chores poeta
por toda amor de sua amada
Ninguém sabe se é verdadeiro o amor
cabendo exatamente na medida certa
do que é nunca foi inteiro
ou  de quem a poesia detesta

Ah meu amigo , assim é festa
fica longa sem volta pra casa e segurança
e ainda nos pedem samba , sorriso e uma grana
Sem ao menos pagar o minimo da promessa

assim é o acordo
sem rima e sonso
a poesia vaza
será destreza
de um vivopata?
que só deseja saber
e não bobo
e sai de sua farsa
assume o garoto
e brinca
e faz da poesia
a vida que  persiste na palavra

Não cante antes da hora meu amigo tristão
há duas coisas que sempre perdem a passada
um samba de mera ocasião
e amor que não precisa de paixão

Não chores poeta e amigo
quando tu morreres lembre -se
de quem de fardo viveu
é morto vivo e nunca se leu


Eu já sei ! Descobri a causa do  porquê  de tantos falaram de amor
é porque ninguém prevê por onde a dor vencerá
todas as suas certezas matinais
todas as suas tentativas geniais
pode ser em vão

e nunca vamos sofrer por outro motivo que não seja falta de amor
porque botamos na conta do belo , toda responsabilidade de ser correto
Insistimos no amor bonito, intocável, energético, heroísmos
eros , eróticos , sexos , salvação, divindade, suicídios

Por isso duvida-se tanto de sua existência
O amor virou uma chantagem
ou sejamos felizes juntos
Ou o amor vai me salvar
em outro lugar
e posso cinicamente dizer que vou amar a mim mesmo
Mas infeliz não ! eu vou consertar minha vida e virar Jasão
a felicidade é o que queremos, se você não me dá
pós modernizo minha existência e digo " o mundo é grande "
foda-se você !

Pobre homem que não aceita ser migalha humana
e não entende como vive o ser humano
Mas eu te ensino , não como mestre
te renovo um jeito de menino
vem cá !

Se a vida e dura
dificil , cruel, se a gente demora a resolver
Não cobre de ninguém um amor assim
Não cobre flor intocada em cantos do jardim
nem peça poesia com palavra bonita e rimadinha

A miséria é tanta
que somos obrigados a dividir o amor em dois
essa é a prova meu caro!
Não da pra se amar sozinho
Não da pra viver sozinho
Sem mundo
e nunca se ouvir falar de um deus
uma unica placa
e nenhuma palavra ser dita
a ninguém

Mas o que é o amor então
é uma conclusão sobre a impossibilidade de solidão
ou a melhor maneira possível de se viver em grupo, ou com sua namorada????


Porra nenhuma !
O amor é uma reclamação de quem não brinca na madrugada
é quase a mesma coisa que a gente faz
ignorando o mundo quando estamos no pique esconde



um poema de igual pra igual
os olhos da cara
de frente pro tapa
frontal
nu

um poema
que fala do destino não ser suficiente
somos insuficiente
porque farei um poema das alturas
com degraus sonoros e indecifráveis
com palavras encaixadas nos detalhes permitidos
eu quero um poema que ilumine  os teus  olhos
e desça até o sorriso
porque o que sempre temos que fazer
é aconselhar um deus sobre os motivos dessa vida

sossegue o tempo Carlos
sofrer é admitir-se por inteiro
Somos sempre um parte do canteiro
Onde universo nenhum podeira cantar
por isso, cante o teu choro
saberão que há um continente
mais possível de brincar    

você é uma parte da vontade que a beleza não viveu
e a sorte do acaso, é o argumento de termos esperança

Só desconfie do destino
Se o que procuras não for possível
Mas como nunca entendemos da vida
deixe a vida aberta
em carrinhos de meninos
em livrinhos coloridos
nas feridas dessa perna
nas meninas de uma festa
em tudo que lhe perguntar
se a vida presta
se tem amor
se há amigos
destinos
podemos mentir adoidado
podemos enganar os otários
e fazer um mundo
um mundo
como posso dizer
menos
humano


A noite invade a madrugada
respigando cada gota em sua marcha
tão infame e necessária
cada moça , quando falha
chama um verso para ser seu
de um principio nada encantado
numa uma valsa sempre forçada
que o verso nunca prometeu

a noite desaba a casa quebrada
e faz de mim um próximo esqueceu
tenho da vida o caroço desse fruto
quando o dia em teus olhos mudo
procurei a primavera que me entardeceu

próximo homem
próxima parada
em cada verso de tardinha
bebe, a remendar sua falha
quando a face boba da porrada  
sai da terra com motivo na ferida

vai te entorpecer ! vá !
vá porque eu vejo tua alma
vá porque eu já sei que é encantada
só o sonho como um tapa.
e o beijo que não dura na alegria
vá ! eterna alegria
Meu poema é tão sobrio , mas tão sóbrio
que acordo a madrugada num exame delicado
E não preciso de remédio pra provar que estou errado
na medida certa dos que convenço
em argumentos simples na tentativa de ser  feliz

eu não tenho provas
não serei alcoólatra para ser mais agradável
não vou dormir e nem ficar ajoelhado
eu decido estar acordado
de pé
Com o mundo a minha frente bancando de palhaço
meu poema senhores
é um menino que não sabe mentir


E no meio do meu acalanto você não condena
se arde ou não, o que o amor em geral pretende, quando  se dá
não é pronto
nem é santo
mau me quer
com dó no pé
se pede carinho
eu volto
eu como
do jeito que dá
pro bem que passar
risonho
sempre lembrar
que o plano
era a gente salvar o piloto
do tango

e retornar sempre no meio gostoso
por todo amor que salvamos