domingo, 5 de março de 2017




Atmam 

A voz do silencio se enche de calcário 
para brindar de vez tua morada 
não vejo forma, nem cor, nem alma 
andamos continentes a construir muralhas 

porque estamos sozinhos de solidão que mata 
e antes, o mito era o dia inteiro pela estrada 
encharca o equilíbrio de motivo 
não andamos para frente a medida exata 

e tenho tudo guardado em perfeita dinastia 
que o coração do homem entregue aurora 
seja de repente o dia lindo 
plena , vasta , sólida , lis, insensata 

calcular lágrimas em crianças é perda de tempo 
o choro é só um toque apertado. 
de um mundo que não veio 
exatamente despreparado 

a te erguer em tombos literários 
antes que seja tarde o outono 
antes que o vento seja reta razão 
antes que a montanha discurse sobre o amor 
     
sair dessa consistência cômoda 
aumentar demais percepção
tornar-te como tudo aos olhos frios 
que não há terremotos 
corpo a dentro 

meditai poderosos gritos de dor
a aclamar e implorar 
por mais uma de nossas chances 
799 vezes 
mestres que acompanham 
não a intervenção irracional alemã 
queremos musica para bater o coração 

meditai e quero tanto 
assassinar nosso real 
ainda que minha mente, digamos 
seja infortunada , flácida e encanto 
os amarelos metalizados made in china 

quero tu minha mãe 
a levar de mim 
e não deixar o melhor de mim no canto 
está tão difícil sem nossos desencontros  
anjos pagam caro esse aluguel 

a retirar do paraiso o rebanho 
da crise sistémica que tanto lutamos 
o etéreo engarrafado 
por falta de longínquos planos


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