domingo, 5 de março de 2017



Fui eu que inventei o amor meu amor
 acendi o seu cigarro
arrumei o poema tão certinho pra você
quanta coisa se perde no caminho 
e eu desaprendo a saber
que nem todo dia eu serei o seu rei
eu que já fui sapo e malandro
forte destemido caçador de pranto
agora
eu me faço de santo
Me escodo na parte
abro meu sangue
desmarco a metade
e não enfrento suas gangues
fui eu que inventei o amor e te pergunto
vai valer a pena morrer sempre assim
tenho medo sempre do fim
tenho mais medo do que não vim
eu sou mais um homem sem assunto
preparado pra morrer tão feliz
quanta há vida logo não quis
eu só não inventei a saída
a morte é coisa de deus
Minha função é seguir esses dias
espero que sejam os seus
toda essa alegria
que a vida ainda não aconteceu

                                                     28

Nenhum comentário:

Postar um comentário