domingo, 5 de março de 2017



Era uma vez um teatro sem pernas
em que todos eram os personagens principais
Mas haviam dois grandes deuses :
toda dor que se avistava lá do palco
e a inveja pertencente nos passos dessa Atriz
Eu vi
Soube
de um juiz que consertava a bailarina
ajeitava a sua donzela e a tornava tão moderna
uma poesia bem melhor que uma aquarela
rabiscar nosso destino com liberdade e não a sina
de ser sempre o nosso nome , muito menos bela
Como eu queria ter salvado a minha menina
Invoquei todos os poderes em mim , janaína
ela era só uma criança
Seu nome era Sara
Sr Sara
Morreu
Se perdeu no meio daquela noite
chorou a partida e não sofreu
viveu arrebentada e se escondeu
acendeu o cigarro
bebeu seu ultimo café frio
Como todo destino invejoso
deixou ela com medo e nojo
se perdeu no meio do nosso desgosto
deixou os seus amores tudo de novo
Virou um menino doente e não dito
Virou mais um fracassado de seu povo
Perdeu-se no meio do seu nome
seu sobrenome
uma espécie de um novo mito
um poema pra trás e com fome
acendeu um cigarro
fugiu com seu unico trocado no bolso
do que adianta toda vida
se estaremos lá
pra onde formos
do que adianta tanto amor
se sabemos que a vida é um morto
e as flores
e as cores
e as pontes
a força
é um bruta constatação
um puta encarnação
me diga poeta
porque devo voltar ?
meu amor se foi
meu corpo é de outro
meu viver é longe de deus
Porque nos abandonaram
Não quero mais a liberdade
o fio de prata desgarrado
um plano fisico engarrafado
Eu já sei que tudo existe
Mas então porque aquele persiste
em não me entregar o presente
o que ele quer ?
o meu sofrimento ?
o meu dilema ?
A minha pior forma de mulher ?
uma despedida em movimento
eu aceito até a morte
mas e a maldade
será que é desacordo
e eu recebendo desse troco
Eu fui ser a Sara
elegeram minha natureza
me deram um papel e um tapa na cara
uma beleza que ninguém me paga
e se ele não voltar ?
o meu grande amor
o meu sal e tua farsa
que deus é esse ?
quem deus me deu?
Quem me viu na madrugada
Eu era só uma criança
e aquela inveja era vingança
fui ver como se faz uma caravela
meu auto mar de Cinderela
fui até Africa
Júpiter , saturno e Atibaia
Era tudo a mesma coisa
a casa quebrada
as pessoas ali falando das coisas mais trívias
A morte pela pela morte
o amor pelo amor
a vida era tão fraca
um corpo que se estraga
se ela era ou não era uma devassa
Mas eu poeta
dei toda minha força por essa paixão
dei toda minha vida mantendo viva a ilusão
matei toda realidade abrindo as minhas pernas
fui a puta que ninguem me vier
eu cuidei do desamor
limpei teu nome pela praça
Eu troquei a felicidade por atitude
Uma coragem que me assume
chorei chorei chorei , e não valeu a pena
morri porque não respeitei a minha cena
Era pra ter morrido no final
Mas eu me apaixonei por voçê
Minha poesia
Meu Kharma supra-astral
lavei as cartas de amor que adoecia
reescrevia o teu amor mais tropical
era doença ?
um trauma mal resolvido ?
um problema de castigo
era minha crença ?
Estou tão longe hoje, morta e tonta
estou em desespero porque o amor não acaba
Não quero seguir o meu destino
Ele era meu menino
me deixou
descobri que a vida é pouca
e do que eu tenho já me basta
a vida matou toda esperança
vento não leva o que não se alcança
poeta , meu poeta, traga ele de volta
preciso viver mais 700 anos
aquele amor se é passageiro
quero que me fujo nessa dança
o anel de fogo
aqui tudo é a mesma coisa
Mas ele me levava de volta ao paraíso
ninguém me ensina novamente a ser criança

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